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quarta-feira, abril 22, 2009

Cadê meu controle remoto?

Faz dois dias que eu não saio da frente da televisão. Vida sedentária é eufemismo perto do que foram esses dias. E depois dessa overdosa de inculturas vim procurar abrigo aqui. Durante a tarde eu comecei a pensar, o que a essa mídia traz de útil pra minha vida? Dois dias de filmes, seriados, desenhos, qualquer coisa que passasse na tela. Era tevê por assinatura e eu pude sentir os danos em meu cérebro, imagina a tevê aberta? E então, a programação, a mídia televisiva, informa ou deforma?
O que é a televisão hoje em dia senão um meio de lhe oferecer tudo aquilo que você não precisa? A programação é totalmente apelativa, canais abertos como a famosa Globo são os piores. Alguém levantou o dedo aí pra falar dos telejornais? Eles não infomam meu caro, eles formam suas opiniões. Já parou pra pensar que você nunca ouviu falar de uma notícia com imparcialidade? E você sempre acaba concordando com o apresentador, certo?! Claro que não é só a televisão que faz isso, mas revista nem todos tem em casa, já uma tevê... É possível morar em um barraco, mas grande parte da população liga sua televisão todos os dias pra ver quem foi o último eliminado do Big Brother.
Outra pessoa deve levantar a mão pra falar dos programas que são mesmo interessantes, dos que ensinam e trazem cultura. Claro, cultura inútil na maioria das vezes, mas não desperdiçamos totalmente nosso tempo assistindo-os. Mas eu pergunto: E quem assiste eles? Nós fomos educados a apreciar tudo o que não presta. Que torcedor trocaria seu futebol por um excelente documentário, informativo e culturalmente completo? Não vamos tão longe, e a dona de casa, trocaria sua novela?
É assim que nós crescemos, a tevê já foi babá de muita gente. E assim que a sociedade continua a se moldar, toda em volta da mídia. Se o jornal não disser o que fazer, se a apresentadora das manhãs não ensinar a cozinhar, se não existir mais programas apelativos feitos para entreter, a vida será vazia. É isso que se encontra na cabeça de muita gente, praticamente uma lavagem cerebral.
Quer saber? Desliga a TV e vai ler um livro!

sábado, abril 18, 2009

Romances Românticos

Outra aula de literatura, dessa vez o professor é diferente. Ele é superficial, raso, não é meu favorito. Discutindo sobre Romantismo, ele resolveu afirmar à turma que não existem mais pessoas românticas. É verdade? O romantismo ficou mesmo só nos livros?
Seria utópico dizer que não. Infelizmente palavras doces e flores deram lugar a algumas latas de cerveja e movimentos muito mais grosseiros. E isso tudo só me entristece. Será possível que aqueles namoros inocentes tenham sido registrados pela última vez em "A Moreninha"? Que ninguém mais sofre? Ninguém mais se sacrificaria pela pessoa amada, pensando em proteger algo mais além do próprio umbigo?
Não, é claro que não. Existem pessoas que amam ainda, que choram... românticos inveterados. Como em toda democracia, a maioria é quem manda, por isso esses românticos são esquecidos, mas não por isso deixam de viver. Nem por isso deixam de sonhar, imaginar, idealizar. E à moda antiga tudo parece muito mais elegante.
O que a gente vê por aí hoje é resultado de um grande efeito dominó. Então quem foi o primeiro homem a não ser cavalheiro? Qual a primeira mulher a rejeitar flores? Quando trocamos versos de poesia por essas cantadas ridículas que se escutam por aí?
Não, eu não responderei nenhuma dessas perguntas, até porque cada um achará as suas respostas para elas. E você pode pensar que tudo isso não tem sentido nenhum, pois bem, são apenas pontos de vista diferentes.
Sim, hoje eu acordei como um discípulo do Lorde Byron.

quinta-feira, abril 16, 2009

Pais e Filhos

Há alguns dias atrás, passando os canais na tv uma cena me chamou a ateção. Em uma, das milhares de novelas da Rede Globo uma garota discutia com seu pai. Ele aparentemente tentava ajudar a filha e em um momento acabou dizendo: "Filha, eu te amo". A resposta da menina é que me intrigou: "Claro que você me ama! Você é meu pai, é seu dever me amar!"
...
Minha mente começou a me mostrar lembranças de inúmeros assassinatos envolvendo pais e filhos, famílias que nunca foram bem estruturadas, filhos maltratados... e o contrário também! Filhos que mandam matar pais por coisas banais. E então me questionei "É dever de um pai amar seu filho?".
O normal é que os pais amem seu filhos, mas essa não é uma via única. Eles precisam ser amados também. Essa relação é como qualquer outra e ter o mesmo DNA pode contar pouquíssimo nas horas em que alguém não cumpre sua parte. Nossa relação com nossos pais é com certeza muito mais forte simplismente pelo fato de os mesmos nos conhecerem desde o nosso primeiro segundo de vida, entretanto não significa que ela não possa se transformar de amor a ódio.
É difícil acreditar em filhos "por acidente" com tanta informação espalhada por aí. Por isso ter um filho é uma escolha, que vem com responsabilidades. É isso que algumas pessoas não têm em mente quando fazem essa escolha. Ninguém nasce sendo um mau caráter, tampouco nasce um homem santo. Tudo isso é definido durante nosso crescimento. E quem define esses valores são nossos pais. O dever de um pai e uma mãe é de educar, de mostrar o mundo da melhor forma possível. É dever deles nos ensinar sobre o bem e o mal. O certo e o errado. E em nenhum momento impor suas ideias, mas nos ensinar a ter as nossas. Ensinar a pensar com nossas cabeças e não com as de outros. Esses sim são deveres.
Amor? Ele vem com o tempo. É o modo como contemplamos nossos pais por tudo que fizeram por nós. E eles nos amam por mostrarmos que o que eles fizeram por nós não foi em vão, que rendeu frutos. Que nos rendeu um futuro. Apesar de todos os esforços é possível também que essa amor entre pais e filhos não aconteça. Amar não é um dever para ninguém.
Existem pais que não educam, pais ausentes, pais inconformados, pais que não deveriam ser pais. E assim esse parentesco de nada importa. A família nunca foi um exemplo, foi uma mera sombra do que as crianças viam pelo mundo. Essas mesmas crianças tiveram visões diferentes do que as cercava. Tiveram medo, sentiram dor e cresceram se posicionando das mais variadas formas durante sua vida. E o amor? Esse foi esquecido, deixado de lado como algo fútil que não ensinaria nada.
Amor de pai e filho é cultivado, como tudo mais na natureza não cresce por conta própria. E eu sou infinitamente grato pelo amor que recebi de meus pais, e agradeço-os amando eles também.

terça-feira, abril 14, 2009

Quem é feliz?

No meu caminho diário até o cursinho me deparei com uma cena no mínimo estranha. Sentado na calçada, do lado oposto da rua, um indigente cantava alegremente o bordão "E agoooora, que faço eu da vida sem vocêêê...", algumas pessoas riam, outras se afastavam, entretanto todas olhavam para o homem. Essa cena me lembrou imediatamente uma aula de literatura que eu tive ano passado. Meu antigo professor chegou atrasado na sala e começou a contar sobre outro indigente que caminhava, pela mesma rua em que eu me encontrava nesta manha, e assobiava alegremente. Sim, são duas pessoas totalmente diferentes, mas aparentemente ambas felicíssimas. E a pergunta que meu professor nos fez aquele dia, eu repeti para mim hoje: Será que esse indigente é mais feliz que eu? "Não, não é possível" foi minha primeira resposta, automática, como quase tudo é em nossas vidas. Pensei novamente "eu tenho tudo, um celular chique, roupas boas, uma casa, eu pago cursinho!". E depois eu pensei novamente, minha primeira lista só envolveu dinheiro, pois bem, fiz uma nova lista: "eu tenho amigos, uma família, pessoas em quem confio e amo". E quem disse que mendigo não ama? E quem disse que ele não é amado?!
Nesse momento eu comecei a rever meus parâmetros sobre a felicidade, até porque ela não é regulada em apenas um modelo. É óbvio que o que me faz feliz pode não mudar em nada a vida de outra pessoa. E se a felicidade daquele homem era cantar ali mesmo, na calçada? Felicidade é isso? É não deixar pra depois aquilo que pode te fazer feliz agora? Estou começando a acreditar que sim, é isso mesmo.
Ninguém vive sorrindo, ser feliz é estar em paz consigo mesmo, aceitar os momentos ruins e passar por eles. Querer ser feliz implica na coragem que cada um deve ter para fazer aquilo que te deixa feliz. Aquilo que te faz sorrir, dar gargalhadas e não se arrepender. Sem medo, sem vergonha, sem nada que possa nos impedir. Essa é a felicidade que muita gente procura. Se eu tiver vontade de cantar, que eu cante! Se eu tiver vontade de pular, que eu pule! Não fazer isso é atestar que a sua felicidade depende exclusivamente da aprovação das outras pessoas.
Em suma, aquele cara, sem roupas boas, sem aparelhos eletrônicos, sem dentes até! Sim hoje ele foi mais feliz que eu. E sem querer ele me ensinou tudo isso. Mas hoje eu comecei a minha busca pela felicidade, a minha felicidade.

De novo, de novo.

Sim, outro blog. Mas este tem fins pedagógicos (pra mim ao menos). Sem longas apresentações, esse é só um espaço para colocar os pensamentos que eu fico matutando na maior parte do tempo. Inspirado dessa vez pela minha grande amiga, Sra. Valquíria Fanto, pretendo cumprir meu trabalho (não é bem trabalho, tá mais pra lazer...) de manter esse blog vivo.
Esse primeiro post será meramente apresentativo, na sequência vocês poderão acompanhar o que andou se passando pela minha cabeça hoje. Espero sinceramente que os textos sejam atrativos a qualquer novo leitor. Se não forem? Vai ler Tio Patinhas então.
Lhe desejo em dobro tudo que me desejares.
Enjoy!

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