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sábado, julho 10, 2010

Spam "politiqueiro"

Com o fim da copa se aproximando, finalmente o povo se deu conta que enfrentamos eleições ainda este ano. É um pouco tarde para pensar nisso, acredito eu, já que são decisões que influenciam nossa vida em uma escala muito maior do que "vai dar Holanda ou Espanha?". Porém, como sempre no nosso país, os assuntos sérios só serão tratados depois da diversão. E antes que comecem as panfletagens e os discursos mal elaborados, os responsáveis pela fiscalização de propagandas eleitorais já vão logo avisando: podemos esperar muito spam daqui pra frente.
Não que seja permitido por lei o uso indiscrimidado destes novos meios de comunicação, mas a internet e os celulares são o alvo de destaque para políticos que pretendem expandir suas campanhas para e-mails e mensagens SMS. Algo que preocupa, pois é a invasão de nossa privacidade de que estou me referindo. Quem disse que eu quero receber propagandas pela internet? Ou pior, receber mensagens de texto com números de candidatos? Não quero! E isso impedirá que eu abra meu ceular um dia e me depare com algo o do tipo: "Vote em João Sem Graça, 12345 para deputado estadual". A Justiça abriu fogo contra o lixo eleitoral, politicos sérios que almejam cargos mais importantes como o de presidente, governadores e senadores provavelmente evitarão tal exposição. Entretanto são os milhares de "Zé ninguém" que concorrem a deputados que me preocupam. Afinal, não têm muito a perder né?! E convenhamos, um e-mail sai muito mais barato do que um milheiro de panfletos.
Um coisa é certa, eu não passei meus endereços eletrônicos pra nenhum candidato e certamente acharia uma afronta receber esse tipo de mensagem, só pra encher a caixa eletrônica e posteriormente a lixeira. Espero sinceramente que o bom senso entre em vigor antes que os políticos comecem a se entusiasmar demais com o fato de poder enviar mensagens "a torto e a direito" para os prováveis eleitores. E com certeza, eu não votaria em um demente que se propõe a me encher de spams repetindo a mesma mensagem porque foi incapaz de bolar outra estratégia de campanha.
Mas não é só a campanha virtual que está sendo vigiada e eu acho bom mesmo que aquela história de encher as ruas de lixo comece a pesar um pouco na consciência de alguns. Outdoors e placas em postes já foram proibidos e ainda os cavaletes que ostentarão cartazes nas ruas tem horários específicos para serem colocados e retirados. Chega dessa poluição visual e do estardalhaço que causam as propagandas. Se não podemos limpar do senado e da câmara os sujos, que pelo menos nossas ruas e computadores estejam livres desse mal desnecessário.

quinta-feira, julho 01, 2010

Vidas secas

Andar pela rua sempre me surpreendeu. Eu nunca sei o que vou encontrar em qualquer caminho que eu ande, mas tenho certeza de que algo chamará minha atenção. Hoje não foi diferente.
Às 7:00 horas da manhã, mais ou menos, eu fazia o caminho rotineiro para o cursinho quando algo (ou melhor, alguém) fez com que eu parasse um pouco para refletir. A pessoa em questão era um indigente, deitado em algumas caixas de papelão abertas, sob a marquise de um loja. Ele possuia apenas alguns panos enrolados no tronco e outros sob sua cabeça enquanto dormia. No exato momento a primeira coisa que pensei foi: "Obrigado Senhor pela minha cama quentinha". O fato é que as 7:00 horas estava frio, a rua estava úmida e com certeza não era o melhor lugar para passar a noite.
Eu sei, essa cena poderia ser considerada usual. Alguém pode até dizer que em qualquer cidade existem pessoas assim. Que todo mundo já viu um indigente dormindo no chão. Pois eu não, não assim, do meu lado enquanto eu andava apressado pensando que hoje era o pior dia da semana porque eu tinha quatro aulas de matemática.
E a segunda coisa que me veio à mente foi: "Como são fúteis os meu problemas se comparados aos dele". Era ridículo até pensar que eu me estressava por fatos do meu dia-a-dia que seriam mais do que banais para outras pessoas. Foi então que eu percebi meu egocentrismo. Aquela massa obscura de egoísmo e preponderância que nos separa do resto do mundo.
Por que os meus problemas seriam de alguma forma piores do que os de outras pessoas? Ou mais importantes? E mais ainda, falando em ego, por que eu de alguma forma poderia me considerar superior a qualquer outra pessoa que passa por mim na rua? Pra mim a resposta sempre será negativa. Eu não tenho o direito de dizer que meus problemas são piores, ou que sou melhor do que alguém. Esses títulos até podem existir, mas não para mim. Nem para as tantas pessoas que colocam seu umbigo no centro do universo.
Alguns dizem que faz parte da natureza humana pensar apenas em si. Poderia ser algo darwiniano até. Um paradigma evolucionário, pois nos colocamos à frente dos outros pela nossa sobrevivência. Mas aqueles que acreditam nisso ainda não perceberam que nós, homens e mulheres, não vivemos mais nas cavernas. Já tentamos, fracassadamente, construir uma sociedade. E poucos percebem que ela é do jeito que é (marginalizada, machista, preconceituosa, xenofóbica, etc...) porque a maioria dos que vivem nela não conseguiram suprimir seu próprio ego. E esses vivem um vida seca, moribunda, que os torna até mesmo incapazes de desenvolver qualquer sentimento fraterno, tamanho o amor que tem por si mesmos.
É utópico pedir para que comecemos a olhar agora para outra pessoa. Ninguém jamais irá, totalmente, deixar esse egocentrismo de lado. Nós nascemos assim, fomos criados assim e muitos morrerão pensando assim. Engolidos pelo próprio ego, que já não cabia mais em seus corpos. O que eu peço encarecidamente é que nós tentemos viver um dia sem pensar apenas em nossas vidas medíocres. Um dia para perceber que não vivemos sozinhos, isolados. Que existem outras pessoas ao nosso redor com um papel tão importante quanto o nosso a ser desempenhado.
E a última coisa que eu pensei enquanto subia as escadas do cursinho foi: "Faça o bem, sem olhar a quem".

terça-feira, abril 27, 2010

A Arte da Guerra

Quanto tempo povo! Quase um mês sem postagens... mas a vida às vezes é corrida. Às vezes só nos falta vontade pra fazer algo (o que é o meu caso). Entretanto, já que eu estou aqui vamos ao que interessa né?!
Nos últimos dias eu comecei a ler um livro sensacional, não, sensacional é pouco... o livro é praticamente perfeito mesmo! Se chama "Memórias de uma Gueixa" e como devem saber já foi adaptado para um filme também. A história é muito boa, combinada com um jeito muito bom de escrever do autor, um renomado professor de história e jornalista, fazendo com que sua obra ficcional tenha passagens tão realistas que nos faz imaginar se aquilo realmente é só ficção. Mas, não vim aqui pra "rasgar seda" pro livro, só quero colocar uma passagem dele que li hoje de manhã:

- Nunca procuro derrotar o homem a quem estou combatendo - ele explicou. - Procuro derrotar sua confiança. Uma mente perturbada pela dúvida não pode se concentrar no curso da vitória. Dois homens são iguais - de verdade - só quando ambos têm confiança.


O dono das célebres palavras era um almirante que afirmava nunca ter pedido sequer uma aposta, batalha, etc... e depois de ler isso eu fechei meu livro e comecei a pensar: "E não é que isso faz sentido?!"
Como seria possível vencer qualquer tipo de batalha se não confiássemos em nossas habilidades? Já pensou um general chegar na frente do campo, baixar a cabeça e dizer: "Soldados, não sei se podemos ganhar!". No mínimo levava um soco na boca por falar asneira! E o mesmo vale para as nossas vidas. Ao nos encontrarmos às margens de um embate não podemos dizer: "Eu sei que não vencerei.", como seria possível saber se a luta nem foi travada? Ok, você provavelmente acha que pensar assim significa ser prepotente, mas está enganado. Nem todas as vitórias serão nossas, obviamente, mas isso não nos dá o direito de declarar perda total antes que tudo aconteça.
Sem confiança nós perdemos nosso potencial, nossa garra. Porque se você já acha que não vai ganhar nada, pra que vai competir, certo?! E é nisso que eu estive pensando hoje. Sei que pra muitos isso pode não ser a descoberta do milênio, nem nada parecido. Mas foi uma coisa que realmente mexeu comigo, porque mostra exatamente onde nós erramos todos os dias ao lutar por algo. Não existe nada que não possamos ter, nem vitória que não possamos alcançar. Existe a nossa falta de habilidade e confiança. E colocando em palavras assim parece tão fácil né? Realmente eu tenho a impressão que simplifica as coisas, então ao invés bancarmos vítimas em potencial poderíamos simplesmente seguir em frente, cair e levantar se for necessário, e deixar de lado esse monte de baboseira complica nossas vidas.

PS. Blog de cara noooova hein?! Espero comentários.. e sobre a frase ali em cima, seus maliciosos! Um monte de coisa boa começa com "F", tipo Felicidade...

quinta-feira, março 04, 2010

O Flagelo do Vestibular

Como eu não tenho muito nada pra postar no blog nesses últimos dias e também por ter entrado em uma "bolha" de livros e seriados (eu provavelmente poderia escrever posts gigantes sobre Lost ou Percy Jackson e os Olimpianos) resolvi colocar aqui uma crônica do Luís Fernando Veríssimo que li há pouco. Porque na hora em que li ela pensei: "Eu tenho que colocar isso em algum lugar!" e bem... acho que blog serve pra essas coisas né?

O Flagelo do Vestibular

Não tenho curso superior. O que eu sei foi a vida que em ensinou, e como eu não prestava muita atenção e faltava muito, aprendi pouco. Sei o essencial, que é amarrar os sapatos, algumas taboadas e como destinguir um bom beaujolais pelo rótulo. E tenho um certo jeito - como comprova este exemplo - para usar frases entre travessões, o que me garante o sustento. No caso de alguma dúvida maior, recorro ao bom senso. Que sempre me responde da mesma maneira:"Olha na enciclopédia pô!"
Este naco da autobiografia é apenas para dizer que nunca tive que passar pelo martírio de um vestibular. É uma experiência que jamais vou ter, como a dor do parto. Mas isso não impede que todos os anos, por essa época, eu sofra com o padecimento de amigos que se submetem à terrível prova, ou até de estranhos que vejo pelos jornais chegando um minuto atrasados, tendo insolações e tonturas, roendo metade do lápis durante o exame e no fim olhando para o infinito com aquele ar de sobrevivente da Marcha da Morte de Batan. Enfim, os flagelados do unificado. Só lhes posso oferecer a minha simpatia. Como ofereci a uma conhecida nossa que este ano esteve no inferno.
- Calma, calma. Você pode parar de roer as unhas. O pior já passou.
- Não consigo. Vou levar duas semanas para me acalmar.
- Bom, então roa as suas próprias unhas. Essas são as minhas.
- Ah, desculpe. Foi terrível. A incerteza, as noites sem sono. Eu estava de um jeito que até calmante me excitava, e quando conseguia dormir sonhava com escolhas múltiplas:
A) fracasso,
B) vexame,
C) desilusão
E acordava gritando: Nenhuma destas, nenhuma destas. Foi horrível.
- Só não compreendo porque você inventou de fazer vestibular a esta altura da vida...
- Mas quem é que fez vestibular? Foi meu filho! E o cretino está na praia, enquanto eu fico aqui, à beira do colapso.
Mãe de vestibulando. Os casos mais dolorosos. O inconsciente do filho às vezes nem tá: diz pra coroa que cravou coluna do meio em tudo e está matematicamente garantido. E ela ali, desdobrando fila por fila o gabarito. Não haveria um jeito mais humano de fazer a seleção para as universidades? Por exemplo, largar todos os candidatos no ponto mais remoto da floresta amazônica e os que voltassem à civilização estariam automaticamente classificados? Afinal, o Brasil precisa de desbravadores. E as mães dos reprovados, quando indagadas sobre a sorte do filho, poderiam enxugar uma lágrima e dizer com altivez:
- Ele foi um dos que não voltaram...
Em vez de:
- É um burro!
Os candidatos à Engenharia no Rio de Janeiro poderiam ser postos a trabalhar no Metrô dia e noite, quem pedisse água seria desclassificado. O Estado acabaria com poucos engenheiros novos -aliás, uma segurança para a população- mas as obras do Metrô progrediriam como nunca. Na direção errada, mas que diabo!
O certo é que do jeito que está não pode continuar. E ainda por cima, há os cursinhos pré-vestibulares. Em São Paulo os cursinhos estão usando helicópteros na guerra pela preferência dos vestibulandos que terão que repetir tudo no ano que vem. Daí para napalm, o bombardeio estratégico, o desembarque anfíbio e, pior, uma visita do Kissinger para negociar a paz, é um pulo. Em São Paulo há cursinhos tão grandes que o professor, para se comunicar com as filas de trás, tem que usar o correio. Se todos os alunos de cursinhos no centro de São Paulo saíssem para rua ao mesmo tempo, ia ter gente caindo no mar em Santos. O vestibular virou indústria. E os robôs que saem das usinas pré-vestibulares só tem dois movimentos: marcar cruzinha e rezar.
O filho da nossa nervosa amiga chegou em casa meio pessimista com uma das suas provas:
-Sei não. Acho que tubulei. O Inglês não estava mole.
-Mas meu filho, hoje não era inglês! Era Física e Matemática!
-Oba! Então acho que fui bem!


Como eu já disse... vestibular f@#& com a vida da gente.

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Feliz Aníver pra mim!!

Esse post não podia faltar né?!! Há 20 anos atrás, por volta das 9:40h este que vos fala estava todo ensanguentado e feioso... com cara de joelho e tudo. Hausuahsuashuahs
Entãããoo...
Happy birthday to ME
Happy birthday to ME
Happy birthday dear Felipe
Happy birthday to ME


Táa... chega de macaquice falando sério, só queria deixar marcada no blog essa data que pra mim é boa. Não sei por que, mas muita gente odeia o próprio aniversário. Eu simplesmente gosto de comemorar o dia apesar de estar fazendo 20 e começar a me preocupar com a passagem no tempo.
Então pode mandar e-mail, comentário, mensagem... pode ligar (acabei de atender um telefonema) e pode vir aqui também que tem torta e risólis, uahsuahsuahsuahsuahsuahs.
Só não pode mandar telemensagem que é brega e mais velho que andar pra frente.

domingo, janeiro 31, 2010

Botânica da vida

Fééérias... Calooor... E na minha casa, apesar das mais variadas opções, eu sempre encontro uma maneira de dizer: "não tem nada pra fazer!". E num desses momentos em que eu geralmente vou lá fora e fico olhando pro mato (sem segundas intenções, por favor) que eu comecei a pensar e no final: "isso é tema pra um post!"
Naquela hora eu olhava para os vários lírios que floresciam no pátio dos fundos, brancos, cheirosos, lindos... E tinha vários deles espalhados por todo o quintal. Daí eu me perguntei: "Pra que eles existem?". Siga o raciocínio: Eles se reproduzem bastante. Como toda a angiosperma devem produzir sementes e frutos, estes que nós não aproveitamos (nunca vi ninguém dizer que comeu fruto de lírio). Tá, eles tem pólen pras "abelhinhas", mas isso não muda muito a minha vida. Pra mim eles não servem pra nada... só são bonitos. Daí comecei a fazer algumas analogias.

Existem pessoas por aí que são praticamente Lírios! Elas se reproduzem, podem até ser bonitas... mas não servem pra nada! Apenas ocupam espaço, compram coisas, fazem lixo, falam trivialidades, dormem, acordam... Não estou dizendo que as pessoas mais esclarecidas não fazem isso, não seria tão hipócrita para fazer tal afirmativa. Nem menosprezo os Lírios da vida, tento não ser tããão arrogante. Mas eu fiquei pensando neles. Na verdade fiquei pensando em como eu não desejo ser um deles.
Você, estimado leitor, pode até me perguntar "O que tem de mal em ser um Lírio?". Pode até ser que sejam essas as pessoas que menos tem problemas. Mas pra mim não serve uma vida assim, tão mundana. Será que os Lírios são felizes? De verdade? Ou só embelezam nossa sociedade da maneira mais superficial, escondendo os podres no fundo da sua corola? Eu me pergunto se eles são sinceros e fazem tudo o que podem pela felicidade deles e não pelas aparências. Pra mim eles apenas constituem a rotina e os falsos costumes. Podem até manter as coisas meio homogeneizadas, mas não passam de um mar de pessoas comuns. Se você se contenta com pouco...
Mas alguém aqui já viu uma Flor de maracujá? Exótica. E o melhor de tudo: gera frutos. Por que não dizer que a Flor de maracujá mata a fome com sua polpa? Ou a sede com o sumo? Uma metáfora maior: Ela enriquece o povo em vários sentidos. Sua vida não é em vão, ela se prepara para deixar algo antes de partir. E eu ainda aposto que a vida dela é comandada por ela mesma. Provavelmente você nunca conhecerá a flor que gerou o fruto do qual se alimenta. Mas ao comer saberá que tem nas mãos a herança de outro ser. Não falo de herança genética, nem de dinheiro. Mas as Flores de maracujá do nosso cotidiano (que são poucas) nos deixaram algo, ensinaram algo, mudaram a vida de alguém apenas por existir. Elas fizeram algo além do programado para todos os seres, ou seja, nascer, reproduzir-se e morrer.

Eu prefiro ser uma Flor de maracujá. Tenho muitos anos pela frente ainda e pretendo fazer de cada um deles um tributo à minha eternidade. Sem dúvida deixarei frutos. Alguém pode me achar novo demais, tolo ou imaturo para dizer esse tipo de coisa. Mas hoje eu estou determinado a deixar minha marca. E provavelmente estarei amanhã também... Aos Lírios do mundo, nada contra vocês. Só não é o tipo de vida que eu quero pra mim.

PS. Nem mencionei as Ervas daninhas. Segundo o Wikipédia:
"Uma planta é considerada erva daninha quando nasce espontaneamente em local e momento indesejado, podendo interferir negativamente na agricultura."

Acho que isso diz tudo. Têm mesmo muita gente inconveniente por aí...principalmente umas loiras aguadas (que não lêem meu blog). PRONTO FALEI!

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Calor

O ar quente e úmido pesava sobre mim fazendo brotar da minha pele gotas de suor que aos poucos começavam a escorrer pelo corpo.
De repente do riso fez-se o pranto
Não sentia mais tua respiração suave ao meu lado, como se por todo esse tempo, ela nunca estivesse presente.
Silencioso e branco como a bruma
Teu corpo, perfeitamente esculpido, emanava um ar de desdém e repugnância que eu nunca vira.
E das bocas unidas fez-se a espuma
Era o calor que modificava tudo ao meu redor, como se o próprio Vesúvio explodisse em minha cama devastando todo o sagrado daquele momento.
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
Mas era eu que queimava e nem pude ver.

De repente da calma fez-se o vento
E do fogo brotava a raiva que acariciava meu peito, eu era o ódio e não mais a paixão.
Que dos olhos desfez a última chama
Num doloroso impulso, vulgar e certeiro, minhas mãos viraram as palmas que te mandaram para longe.
E da paixão fez-se o pressentimento
Em mim agora queimava tua displicência.
E do momento imóvel fez o drama.

Não vi mais meu reflexo em teus olhos, vi a dor que tu escondeste neles.
De repente, não mais que de repente
Tua face se contorceu em confusão enquanto meus cinco dedos desapareciam.
Fez-se de triste o que se fez amante
Notei minha incapaz tentativa de exorcizar meus demônios ao ver que você ainda me encarava. Mas eu desisti nesse momento, absorto em tua passividade.
E de sozinho o que se fez contente
Naquele momento meus atos não valeram as suas reações.
Fez-se do amigo próximo o distante
Teu toque então eu temi, não aceitaria o teu perdão apenas tua revolta. Mas ela se perdeu, talvez, no mormaço que nos cercava.
Fez-se da vida uma aventura errante
Teus cabelos não brilhavam mais, nem os lábios me convidavam como antes. Teu sorriso não passava de um esgar, ali tua voz se perdeu e se confundiu com a de qualquer outra pessoa.
De repente, não mais que de repente.
Eu só vi então as lágrimas que escorriam de ambos os rostos...



PS. Um agradecimento especial ao venerável Vinícius de Moraes, autor do poema "Soneto de Separação". Esse é, para mim, um de seus melhores poemas.

terça-feira, janeiro 26, 2010

Descobertas

O post de hoje não tem tema, nem tese chega de redações pra mim... Não vou defender argumentos nem criticar algum aspecto falido da nossa vil sociedade Óh, que poético . Esse post poderia muito bem ter saído de um bloco de anotações, tipo observações que fazemos sobre algumas cenas do nosso cotidiano.
Por exemplo:
Descobri hoje que inferno astral provavelmente existe. É a única explicação pro meu mês de janeiro (Quer um exemplo? Leia o post anterior). E se ele existe, eu acreditar ou não nele não o impede de influenciar minha vida. É, eu tenho quase certeza que ele é real...
E eu queria fazer uma pergunta: Alguma vez você já falou com Deus? Da janela do seu quarto? E Ele respondeu? No man, não estou usando drogas. E também não sou louco my mother had me tested . Mas eu podia jurar que Ele me disse algo.
Depois disso eu comecei a acreditar em destino, sabe, tipo... você nasceu pra fazer algo. E eu sei que não nasci pra pagar impostos e ocupar espaço. Vai, diz que eu tô me "achando"... isso não muda minha linha de pensamento.
Depois disso, peço encarecidamente um espaço pra reclamar das pessoas. Na verdade pra reclamar do direito que algumas pessoas acham que têm para interferir nas nossas vidas. Quem te deu esse direito, porra! Não aponta esse dedo pra mim, nem pra minha família! Sério, vivam suas vidas e deixem que o resto do planeta faça a mesma coisa. Pra mim o fim do mundo é alguém achar que pode intervir no livre arbítrio dos outros a seu próprio bel-prazer. Poxa... fiquei até sem palavras.
Rapidinho, descobri outra coisa. Não importa quanto você tente negar aquilo que vê. Um dia simplesmente vão te dar um tapa na cara e fazer você falar tudo o que viu. Tipo, não se esconda OK?! A vida vem por trás, dá uma rasteira e faz você levantar sem a máscara que você quis usar.
ÔÔôh... falando sério, eu não uso drogas. Sério mesmo. É só que isso aqui parece um dos meu monólogos onde eu vou pulando de um assunto pra outro e pareço um retardado. Sim, eu falo sozinho. Não, eu não escuto vozes... a não ser a minha né.
Parece que tem tanta coisa ainda pra dizer... mas aos poucos eu vou perdendo a vontade de clicar nas letrinhas do meu note. Olha só, última coisinha... faz tempo que eu olhava pro blog e procurava algo pra dizer. Não sabia se falava das criancinhas no Haiti ou sobre a desvalorização dos professores... Eu só queria escrever. É tão bonito ver o blog atualizado...
Daí, de baixo do chuveiro, à 1h da manhã, me veio essa ideia louca de escrever o que me vem na cabeça.
PS. Tô bem feliz! HaHaHaHaHa... (Pelo amor da mãe das corujinhas sentadas, eu NÃO USO DROGAS!)

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Derrota

A vida às vezes nos coloca em situações que nunca imaginaríamos. 2009 foi um ano ótimo para mim, mas também foi um ano de dedicação a um sonho em especial. Este pode perecer ínfimo aos olhos de um, ou impossível aos olhos de outro. Eu simplesmente acho que é um grande sonho, uma porta para meu futuro.
Nos dois últimos dias tudo de mim foi testado em duas provas de vestibular. Digo tudo, porque não se trata apenas de conhecimento. Além disso, se trata de perspicácia, de tranquilidade, de confiança... uma lista de fatores que selecionam não necessariamente os mais aptos para estudar tal curso, mas os mais preparados para enfrentar as provas. Ninguém deixa de merecer ou não exercer a profissão que escolheu para seu futuro, porém não há vagas para todos.
Entre lágrimas eu descobri hoje que talvez o meu sonho tenha sido adiado por mais um ano. Descobri que eu falhei nos meus testes e não será no final deste mês que a faixa de "BIXO" vai estar pendurada na minha sacada. Mas a vida não acabou, nem a luta. Nesse momento eu tive a felicidade de contar com o apoio dos pais, e tenho certeza que dentro de alguns dias contarei com a solidariedade dos amigos também.
Mas algo mais importante me ocorreu naquele momento crucial. Depois dessa "maldição", uma verdadeira dádiva foi dada a mim e eu, cego pelas lágrimas, mal pude enxergá-la. É tão simples que parece óbvia demais, mas o que eu ganhei foi outro ano.
Um ano inteiro para estudar, para rever alguns conceitos, para amadurecer e para me preparar da melhor forma possível, dando ainda mais de mim em busca dos meus objetivos. É aqui então que eu deixo registrada a minha derrota, pois sou um bom perdedor. E também deixo registradas a vontade e a garra que não faltarão para buscar os meios de concretizar minhas metas.
Afinal, eu precisei de tudo isso para perceber que a cada dia nós ganhamos uma nova chance de ser feliz. Ganhamos uma nova chance de fazer aquilo que mudará nosso futuro. É a essa oportunidade que eu agradeço e também a aqueles que estiveram me apoiando por todo esse tempo. Agora passou a hora de revisar, não deve ficar a hora da auto-piedade nem a de raiva. Agora é hora de se reerguer e enfrentar com coragem e determinação os novos desafios em busca da tão aclamada aprovação.


Aqui vai uma música que sintetiza tudo, é simplesmente perfeita para a ocasião:

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