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domingo, janeiro 31, 2010

Botânica da vida

Fééérias... Calooor... E na minha casa, apesar das mais variadas opções, eu sempre encontro uma maneira de dizer: "não tem nada pra fazer!". E num desses momentos em que eu geralmente vou lá fora e fico olhando pro mato (sem segundas intenções, por favor) que eu comecei a pensar e no final: "isso é tema pra um post!"
Naquela hora eu olhava para os vários lírios que floresciam no pátio dos fundos, brancos, cheirosos, lindos... E tinha vários deles espalhados por todo o quintal. Daí eu me perguntei: "Pra que eles existem?". Siga o raciocínio: Eles se reproduzem bastante. Como toda a angiosperma devem produzir sementes e frutos, estes que nós não aproveitamos (nunca vi ninguém dizer que comeu fruto de lírio). Tá, eles tem pólen pras "abelhinhas", mas isso não muda muito a minha vida. Pra mim eles não servem pra nada... só são bonitos. Daí comecei a fazer algumas analogias.

Existem pessoas por aí que são praticamente Lírios! Elas se reproduzem, podem até ser bonitas... mas não servem pra nada! Apenas ocupam espaço, compram coisas, fazem lixo, falam trivialidades, dormem, acordam... Não estou dizendo que as pessoas mais esclarecidas não fazem isso, não seria tão hipócrita para fazer tal afirmativa. Nem menosprezo os Lírios da vida, tento não ser tããão arrogante. Mas eu fiquei pensando neles. Na verdade fiquei pensando em como eu não desejo ser um deles.
Você, estimado leitor, pode até me perguntar "O que tem de mal em ser um Lírio?". Pode até ser que sejam essas as pessoas que menos tem problemas. Mas pra mim não serve uma vida assim, tão mundana. Será que os Lírios são felizes? De verdade? Ou só embelezam nossa sociedade da maneira mais superficial, escondendo os podres no fundo da sua corola? Eu me pergunto se eles são sinceros e fazem tudo o que podem pela felicidade deles e não pelas aparências. Pra mim eles apenas constituem a rotina e os falsos costumes. Podem até manter as coisas meio homogeneizadas, mas não passam de um mar de pessoas comuns. Se você se contenta com pouco...
Mas alguém aqui já viu uma Flor de maracujá? Exótica. E o melhor de tudo: gera frutos. Por que não dizer que a Flor de maracujá mata a fome com sua polpa? Ou a sede com o sumo? Uma metáfora maior: Ela enriquece o povo em vários sentidos. Sua vida não é em vão, ela se prepara para deixar algo antes de partir. E eu ainda aposto que a vida dela é comandada por ela mesma. Provavelmente você nunca conhecerá a flor que gerou o fruto do qual se alimenta. Mas ao comer saberá que tem nas mãos a herança de outro ser. Não falo de herança genética, nem de dinheiro. Mas as Flores de maracujá do nosso cotidiano (que são poucas) nos deixaram algo, ensinaram algo, mudaram a vida de alguém apenas por existir. Elas fizeram algo além do programado para todos os seres, ou seja, nascer, reproduzir-se e morrer.

Eu prefiro ser uma Flor de maracujá. Tenho muitos anos pela frente ainda e pretendo fazer de cada um deles um tributo à minha eternidade. Sem dúvida deixarei frutos. Alguém pode me achar novo demais, tolo ou imaturo para dizer esse tipo de coisa. Mas hoje eu estou determinado a deixar minha marca. E provavelmente estarei amanhã também... Aos Lírios do mundo, nada contra vocês. Só não é o tipo de vida que eu quero pra mim.

PS. Nem mencionei as Ervas daninhas. Segundo o Wikipédia:
"Uma planta é considerada erva daninha quando nasce espontaneamente em local e momento indesejado, podendo interferir negativamente na agricultura."

Acho que isso diz tudo. Têm mesmo muita gente inconveniente por aí...principalmente umas loiras aguadas (que não lêem meu blog). PRONTO FALEI!

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Calor

O ar quente e úmido pesava sobre mim fazendo brotar da minha pele gotas de suor que aos poucos começavam a escorrer pelo corpo.
De repente do riso fez-se o pranto
Não sentia mais tua respiração suave ao meu lado, como se por todo esse tempo, ela nunca estivesse presente.
Silencioso e branco como a bruma
Teu corpo, perfeitamente esculpido, emanava um ar de desdém e repugnância que eu nunca vira.
E das bocas unidas fez-se a espuma
Era o calor que modificava tudo ao meu redor, como se o próprio Vesúvio explodisse em minha cama devastando todo o sagrado daquele momento.
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
Mas era eu que queimava e nem pude ver.

De repente da calma fez-se o vento
E do fogo brotava a raiva que acariciava meu peito, eu era o ódio e não mais a paixão.
Que dos olhos desfez a última chama
Num doloroso impulso, vulgar e certeiro, minhas mãos viraram as palmas que te mandaram para longe.
E da paixão fez-se o pressentimento
Em mim agora queimava tua displicência.
E do momento imóvel fez o drama.

Não vi mais meu reflexo em teus olhos, vi a dor que tu escondeste neles.
De repente, não mais que de repente
Tua face se contorceu em confusão enquanto meus cinco dedos desapareciam.
Fez-se de triste o que se fez amante
Notei minha incapaz tentativa de exorcizar meus demônios ao ver que você ainda me encarava. Mas eu desisti nesse momento, absorto em tua passividade.
E de sozinho o que se fez contente
Naquele momento meus atos não valeram as suas reações.
Fez-se do amigo próximo o distante
Teu toque então eu temi, não aceitaria o teu perdão apenas tua revolta. Mas ela se perdeu, talvez, no mormaço que nos cercava.
Fez-se da vida uma aventura errante
Teus cabelos não brilhavam mais, nem os lábios me convidavam como antes. Teu sorriso não passava de um esgar, ali tua voz se perdeu e se confundiu com a de qualquer outra pessoa.
De repente, não mais que de repente.
Eu só vi então as lágrimas que escorriam de ambos os rostos...



PS. Um agradecimento especial ao venerável Vinícius de Moraes, autor do poema "Soneto de Separação". Esse é, para mim, um de seus melhores poemas.

terça-feira, janeiro 26, 2010

Descobertas

O post de hoje não tem tema, nem tese chega de redações pra mim... Não vou defender argumentos nem criticar algum aspecto falido da nossa vil sociedade Óh, que poético . Esse post poderia muito bem ter saído de um bloco de anotações, tipo observações que fazemos sobre algumas cenas do nosso cotidiano.
Por exemplo:
Descobri hoje que inferno astral provavelmente existe. É a única explicação pro meu mês de janeiro (Quer um exemplo? Leia o post anterior). E se ele existe, eu acreditar ou não nele não o impede de influenciar minha vida. É, eu tenho quase certeza que ele é real...
E eu queria fazer uma pergunta: Alguma vez você já falou com Deus? Da janela do seu quarto? E Ele respondeu? No man, não estou usando drogas. E também não sou louco my mother had me tested . Mas eu podia jurar que Ele me disse algo.
Depois disso eu comecei a acreditar em destino, sabe, tipo... você nasceu pra fazer algo. E eu sei que não nasci pra pagar impostos e ocupar espaço. Vai, diz que eu tô me "achando"... isso não muda minha linha de pensamento.
Depois disso, peço encarecidamente um espaço pra reclamar das pessoas. Na verdade pra reclamar do direito que algumas pessoas acham que têm para interferir nas nossas vidas. Quem te deu esse direito, porra! Não aponta esse dedo pra mim, nem pra minha família! Sério, vivam suas vidas e deixem que o resto do planeta faça a mesma coisa. Pra mim o fim do mundo é alguém achar que pode intervir no livre arbítrio dos outros a seu próprio bel-prazer. Poxa... fiquei até sem palavras.
Rapidinho, descobri outra coisa. Não importa quanto você tente negar aquilo que vê. Um dia simplesmente vão te dar um tapa na cara e fazer você falar tudo o que viu. Tipo, não se esconda OK?! A vida vem por trás, dá uma rasteira e faz você levantar sem a máscara que você quis usar.
ÔÔôh... falando sério, eu não uso drogas. Sério mesmo. É só que isso aqui parece um dos meu monólogos onde eu vou pulando de um assunto pra outro e pareço um retardado. Sim, eu falo sozinho. Não, eu não escuto vozes... a não ser a minha né.
Parece que tem tanta coisa ainda pra dizer... mas aos poucos eu vou perdendo a vontade de clicar nas letrinhas do meu note. Olha só, última coisinha... faz tempo que eu olhava pro blog e procurava algo pra dizer. Não sabia se falava das criancinhas no Haiti ou sobre a desvalorização dos professores... Eu só queria escrever. É tão bonito ver o blog atualizado...
Daí, de baixo do chuveiro, à 1h da manhã, me veio essa ideia louca de escrever o que me vem na cabeça.
PS. Tô bem feliz! HaHaHaHaHa... (Pelo amor da mãe das corujinhas sentadas, eu NÃO USO DROGAS!)

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Derrota

A vida às vezes nos coloca em situações que nunca imaginaríamos. 2009 foi um ano ótimo para mim, mas também foi um ano de dedicação a um sonho em especial. Este pode perecer ínfimo aos olhos de um, ou impossível aos olhos de outro. Eu simplesmente acho que é um grande sonho, uma porta para meu futuro.
Nos dois últimos dias tudo de mim foi testado em duas provas de vestibular. Digo tudo, porque não se trata apenas de conhecimento. Além disso, se trata de perspicácia, de tranquilidade, de confiança... uma lista de fatores que selecionam não necessariamente os mais aptos para estudar tal curso, mas os mais preparados para enfrentar as provas. Ninguém deixa de merecer ou não exercer a profissão que escolheu para seu futuro, porém não há vagas para todos.
Entre lágrimas eu descobri hoje que talvez o meu sonho tenha sido adiado por mais um ano. Descobri que eu falhei nos meus testes e não será no final deste mês que a faixa de "BIXO" vai estar pendurada na minha sacada. Mas a vida não acabou, nem a luta. Nesse momento eu tive a felicidade de contar com o apoio dos pais, e tenho certeza que dentro de alguns dias contarei com a solidariedade dos amigos também.
Mas algo mais importante me ocorreu naquele momento crucial. Depois dessa "maldição", uma verdadeira dádiva foi dada a mim e eu, cego pelas lágrimas, mal pude enxergá-la. É tão simples que parece óbvia demais, mas o que eu ganhei foi outro ano.
Um ano inteiro para estudar, para rever alguns conceitos, para amadurecer e para me preparar da melhor forma possível, dando ainda mais de mim em busca dos meus objetivos. É aqui então que eu deixo registrada a minha derrota, pois sou um bom perdedor. E também deixo registradas a vontade e a garra que não faltarão para buscar os meios de concretizar minhas metas.
Afinal, eu precisei de tudo isso para perceber que a cada dia nós ganhamos uma nova chance de ser feliz. Ganhamos uma nova chance de fazer aquilo que mudará nosso futuro. É a essa oportunidade que eu agradeço e também a aqueles que estiveram me apoiando por todo esse tempo. Agora passou a hora de revisar, não deve ficar a hora da auto-piedade nem a de raiva. Agora é hora de se reerguer e enfrentar com coragem e determinação os novos desafios em busca da tão aclamada aprovação.


Aqui vai uma música que sintetiza tudo, é simplesmente perfeita para a ocasião:

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